terça-feira, 16 de outubro de 2012

2° Encontro de Jovens da Província Imaculada Conceição

Foto Oficial
Seja bem vindo olelê, seja bem vindo olalá, paz e bem pra você, que veio participar… Repetidas vezes ouviu-se este refrão de alegria e de acolhida no Seminário Santo Antonio de Agudos. Ora ao som de pandeiro e casaca, ora da palma e do gogó. Era para receber ônibus, van e carro, gente de longe e de perto. Nesta mistura jovem de fraternidade, quem estava sendo acolhido já passava acolher. Foi de verdade uma explosão de alegria!
Entre os dias 12 e 14 de outubro, Agudos se transformou em lugar místico que recebeu 127 jovens e 14 frades das frentes de evangelização da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. A juventude esteve reunida aos pés de Clara de Assis ouvindo dela “não perca de vista seu ponto de partida”.
A manhã do primeiro dia de encontro foi marcada pela chegada e acolhida dos jovens que, em grande parte, viajaram à noite para se fazerem presentes. Na celebração inicial, destaque para a acolhida da Palavra de Deus, pronunciada na Bíblia e na vida de Maria, Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil, celebrada no dia.
Frei Toni foi quem abriu o encontro fazendo memória do I Encontro de Jovens da Província ocorrido em abril de 2011. Lembrou que naquela ocasião os frades quiseram ouvir os jovens, seus desafios, medos, protestos e esperanças. Neste, os frades também querem partilhar. Frente aos desafios, medos e alegrias experimentados pela juventude, o que os frades têm a dizer?
Os desafios da evangelização e a centralidade da Palavra de Deus.
À tarde do dia 12, frei Toni conversou com os jovens sobre os desafios da Evangelização. Ele abordou a questão a partir da compreensão do que é Palavra de Deus. “Eu gostaria de abordar os desafios da evangelização a partir do que se compreende por Palavra de Deus”. Frei Toni deixou claro que Deus nos fala constantemente, e que sua primeira palavra na história foi a CRIAÇÃO, depois a VIDA de cada um de nós e, por fim, a grande Palavra de Deus pronunciada na história da humanidade foi CRISTO. Ficou claro que a Palavra de Deus é muito maior que a Bíblia, mas que a Bíblia é um instrumento importantíssimo para a interpretação da vida. Parece que o grande desafio da Evangelização, e também seu apelo, é voltar à Palavra de Deus e, especialmente, aproximá-la da vida da juventude.
A partilha continuou nos grupos que se formaram logo em seguida e ainda na plenária, onde não faltou assunto, nem lucidez. Aliás, as contribuições dos jovens durante todo o encontro foram de grande seriedade e maturidade, típicas de quem quer abraçar uma proposta séria e adulta. É notável que realmente os jovens percebem na herança de Clara e Francisco um caminho capaz de contribuir muito neste sentido.

Não perca de vista seu ponto de partida…
“Olhar para Clara é redescobrir a mãe, é reencontrar a mãe”. Assim Frei Vitório trouxe para o meio dos jovens a grande referência do encontro, Clara de Assis. A jovem Clara lançou os jovens para o que é o ponto de partida da vida cristã, o Evangelho. “Não perca de vista seu ponto de partida”. “Só sabe o ponto de chegada quem, na verdade, não perde de vista seu ponto de partida”, endossou Frei Vitório.
Clara foi apresentada como a mulher apaixonada, decidida, lúcida, que frustra as expectativas sociais de seu tempo e arrisca sua vida por alguém grandioso, o Cristo pobre, que a desposou e a quem ela não teve medo de amar.
Ecos da caminhada
As horas foram curtas para um momento de apresentação dos trabalhos e iniciativas que foram desencadeados após o I Encontro de Jovens em 2011. De fato o encontro parece ter sido o despertar de um tempo novo do trabalho da Província junto à juventude. Grandes desafios ainda existem, mas muita coisa já vem sendo feita.
Fazendo ecos da caminhada os jovens puderam apresentar o que têm feito depois do “despertar” gerado por Agudos. Foi bonito de ver o entusiasmo da juventude, a sede e o esforço por temperar a Evangelização com o carisma franciscano.

JMJ 2013

Um assunto obrigatório foi a Jornada Mundial da Juventude que acontecerá no próximo ano no Rio de Janeiro. O grupo da PJF (Pastoral da Juventude Franciscana) do Santuário Senhor Bom Jesus dos Perdões de Curitiba deu dinamismo clareza ao assunto. Insistiram muito que a JMJ é maior do que o que acontecerá no Rio de Janeiro entre os dias 23 a 28 de julho. “O Rio e o encontro com o Papa serão apenas a celebração da JMJ. É preciso muita atenção para a pré-jornada (Semana missionária) e a pós jornada para que ela não seja um momento vazio”.
Além do aprendizado e da sintonia com a JMJ, os jovens do encontro tiveram a oportunidade de fazer uma construção conjunta de propostas para a Semana Missionária. O que é possível e interessante fazer em cada realidade, paróquia ou diocese junto aos jovens do lugar e dos peregrinos estrangeiros. A construção foi rica e comporá um banco de dados posto a disposição de todos para fomentar os trabalhos nas bases.
A JMJ também terá no seu rosto um traço franciscano. “Queremos marcar a Jornada com o jeito e o traço franciscano”, disse Frei Diego apresentado as iniciativas da Família Franciscana para a JMJ. Deixou claro que não queremos competir, mas somar e oferecer para os jovens um espaço franciscano que será o Convento Santo Antonio no Largo da Carioca.
Cultura…
A noite do sábado foi cultural. Impressionou a facilidade com que juventude rima com poesia, canto, teatro, comédia, dança, improviso, alegria, hip hop, animação, performance, música … e o fôlego foi até às 23h. Houve apresentações preparadas em casa, improvisadas, pouco ensaiadas, apresentações emocionantes dos donos da casa, os aspirantes e Frei Walter.
No palco, os artistas foram assistidos com expectativa pelos demais jovens e frades da casa, mas, desta vez, o palco também assistiu uma juventude que gosta de partilhar o que tem, gosta de tornar comum o que traz de casa, gosta de fazer rir e de fazer pensar, gosta de cultura.
Enfim, a cultura virou festa e a noite cultural foi encerrada com samba no pé, mesmo de quem é habituado ao vanerão. Aula de samba rápida, cada um mostrando o que já sabia e pronto! Em minutos estava formada a escola de samba Unidos de Agudos, como os jovens chamaram.

Fé e celebração
O encontro foi marcado fortemente com momentos intensos e bonitos de oração e celebração, preparados com primor e devoção. Destaque para quatro momentos fortes: A celebração inicial de acolhida da Palavra de Deus e consagração à Mãe Aparecida; a oração da noite de sexta ao redor de Santa Clara com dança circular, velas e mantras; a celebração da Palavra no sábado pela manhã em pequenos grupos e a Celebração eucarística de encerramento presidida pelo ministro provincial Frei Fidêncio, que esteve acompanhando o encontro como irmão entre os jovens. Ele destacou que a Celebração de encerramento tinha duas faces: “esta Missa é ação de graças por estes dias e por nossa caminhada e também de envio, pois encerra o encontro e nos devolve para nossa vida e nossa realidade, para onde voltaremos ainda mais entusiasmados.”
Na celebração de encerramento, além de agradecer e partilhar com os jovens palavras cheias de entusiasmo e ternura, Frei Fidêncio entregou para cada participante um boton com o logotipo da presença franciscana da JMJ.
Desafios
Sem dúvida o avivamento promovido pelo encontro trazs consigo também desafios aos jovens e frades na realidade da sua frente de evangelização, mas o encontro apontou especialmente dois que precisarão ser amadurecidos pela “nossa Província” como os jovens gostam de identificar, em parceria com a “nossa Juventude” como os frades a identificam:
- Esta iniciativa de trabalho com a juventude pode ter desencadeado um “efeito dominó”. Um desafio, apontado também pelos próprios jovens, é o de que a Província não busque construir um traço franciscano apenas no trabalho com eles, mas também junto a outras frentes de evangelização e outros agentes com a finalidade de imprimir a marca franciscana.
- As avaliações apontaram para o anseio e necessidade de um grupo misto de articulação deste trabalho junto com a juventude, formada por frades e jovens leigos. Tem-se a impressão de que este grupo qualificaria ainda mais as iniciativas já existentes e fortaleceria as bases.
O Almoço do dia 14 foi a despedida. Nos abraços ouviu-se muito a saudação “até o próximo!” Parecia confirmação de que o encontro foi bom e também desejo que um outro aconteça logo. E foi assim, sem perder de vista o ponto de partida, que jovens e frades voltaram para o chão de sua ação evangelizadora, sabendo ainda melhor aonde querem chegar.
Aos jovens e frades que trabalharam na organização do encontro, a gratidão e admiração dos participantes. Aos 127 jovens que deixaram tudo no feriadão da padroeira do Brasil os votos de que recebam 100 vezes mais.

Paz e bem!
Frei Renato.


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